




No bairro da Vila Isabel, Rio de Janeiro, nascia Noel Rosa de um parto difícil, que incluiu o uso de fórceps para salvar as vidas da mãe e bebê. Além disso, nasceu com hipoplásica da mandíbula, o que lhe marcou as feições por toda a vida e destacou sua fisionomia bastante particular.
Noel teve vários traumas por conta da deformidade em seu rosto, ao ponto de não comer em publico e só conseguia relaxar quando sob efeito do álcool. O vicio começou cedo, aos 14 anos já abusava de cigarros também, ainda adolescente aprendeu a tocar bandolim com sua mãe, tomou gosto pela música e pela atenção que ela lhe proporcionava. Por conta própria aprendeu violão e tornou-se figura conhecida da boemia carioca.
Noel arriscou suas primeiras composições, “Minha Viola” e “Festa no Céu”, ambas gravadas por ele mesmo. Foi integrante de vários grupos musicais, entre eles o Bando de Tangarás, ao lado de João de Barro (o Braguinha), Almirante, Alvinho e Henrique Brito.
O sucesso chegou, com o lançamento de “Com que roupa?”. A idéia veio quando ia sair com os amigos, e sua mãe não permitiu e escondeu suas roupas, Noel tornou-se talentoso cronista do cotidiano, com canções que primam pelo humor e veia crítica. Dai em diante não parou mais, emplacando vários hits da época e conseguindo fama e reconhecimento.
Em dezembro casou com sua noiva Lindaura, moça da alta sociedade carioca, o casamento ocorreu por pressão da mãe da moça, pois Lindaura engravidara aos 13 anos, dez a menos do que ele. Grávida, ela perderia o filho meses após o casamento. A união não modificou seus hábitos boêmios, apesar do carinho pela esposa, Noel era apaixonado por Ceci ( Juraci Correia de Araújo), sua amante de longa data a “Dama do Cabaré”. Após mais alguns anos, o ciúme doentio de Noel por Ceci a fez terminar a relação.
Entrou para a Faculdade de Medicina, mas não foi atraído pelos estudos, em meio ao samba e noitadas regadas à cerveja.
Com os dois pulmões lesionados, por conta da tuberculose, viajou com sua esposa Lindaura para se tratar em Belo Horizonte. Porém, o tratamento não durou muito, o compositor logo começou a frequentar os bares e o meio artístico da cidade, apresentando-se até na Rádio Mineira. No mesmo ano, recebeu a notícia do suicídio do pai, que estava internado para tratamento dos nervos. Em setembro Noel retornou ao Rio de Janeiro.
Fevereiro, viajou para Nova Friburgo(RJ) por ordens médicas. Mesmo assim se apresentou no cinema local e frequentava os bares da cidade. Retornou para casa no Rio bastante adoentado. Por sugestão de amigos e familiares, foi para Barra do Piraí, em busca de repouso para tentar curar a tuberculose. Durante a noite sofreu uma grave crise de hemoptise, porem não havia recursos para tratar dele naquela cidade. Em maio, voltou ao Rio com Lindaura, em estado grave, do qual não conseguiria se recuperar.
Em consequência da doença, faleceu na noite do dia 4 de maio, enquanto em frente à sua casa comemoravam o aniversário de uma vizinha, onde tocavam suas músicas. Ao seu enterro compareceram muitas personalidades da música e do rádio. Seu corpo encontra-se sepultado no Cemitério do Caju no Rio de Janeiro.
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Felizmente era muito prolífico, e na sua breve vida, deixou 259 composições, o que não deixa dúvida sua genialidade. Sem dúvidas Noel foi o maior artista da sua época, e um dos nomes mais importantes da música brasileira de todos os tempos.
De família classe média e já alfabetizado pela mãe, foi matriculado no Colégio Maisonnete aos treze anos, depois foi para o tradicional Colégio São Bento, onde ficou até 1928, ganhando o apelido de “Queixinho” de seus colegas de escola, apesar da inteligência notável, não era aplicado nos estudos.
Noel de Medeiros Rosa, (Rio de Janeiro, 11 de dezembro de 1910 - 4 de maio de 1937), Filho de Manuel Medeiros Rosa, gerente de camisaria, e da professora Marta de Azevedo, foi um dos maiores nomes da música nacional e um compositor muito importante para a evolução do samba.
O Gago Apaixonado
